Leishmaniose, um problema de saúde pública
Descrição
A leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania e é transmitida pelo mosquito palha (gêneros Lutzomyia e Phlebotomus). Esta doença é uma zoonose, ou seja, infecta animais e humanos, portanto é necessário que se fique muito atento a um possível surto desta doença na cidade ou região na qual você mora, pois tem sido registrada em diversos estados do Brasil (principalmente em regiões onde oferecem condições adequadas para a multiplicação dos vetores (transmissores) da doença, ou seja, do mosquito palha citado anteriormente.
Tipos da Leishmaniose e transmissão da doença
Existem 3 tipos de leishmaniose:
- Cutânea: forma mais comum da doença e é caracterizada por causar lesões na pele (úlceras);
- Visceral: conhecida também como calazar, a leishmaniose visceral, afeta órgãos como medula óssea, fígado e baço e é uma forma extremamente perigosa da doença, pois também atinge o sistema imunológico através de danos a esses órgãos;
- Mucocutânea: afeta a mucosa do nariz e palato, podendo provocar uma grande lesão na região;
A transmissão da doença (tanto em cães como em humanos) se dá através da picada do mosquito palha (obs.: somente a fêmea se alimenta de sangue de mamíferos). Estes mosquitos, por serem muito pequenos, são capazes de atravessar mosquiteiros e telas. Preferencialmente, são encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas.
Mosquito palha ou mosquito prego (Luztomia e Phlebotomus) |
Leishmaniose no cão
Assim como nos humanos, a leishmaniose é transmitida ao cão, pela picada do mosquito. A forma mais comum no cão é a forma cutânea tendo como principais sintomas:
- Perda de pelo, sobretudo ao redor dos olhos, nariz, boca e orelhas. Normalmente ocorre uma dermatite ulcerativa (ferida) que pode se espalhar por toda a superfície corporal do cão, sobretudo nas regiões do corpo do cão que têm maior contato com o chão quando o cão está sentado ou deitado.
- Perda de peso progressiva;
- Com o avanço da doença, são observados sinais relacionados com a insuficiência renal crônica e acelerado crescimento das unhas
Cão infectado com Leishmaniose |
E se meu cão pegar leishmaniose?
O posicionamento do CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA é o seguinte:
"Até que a cura para a Leishmaniose Visceral Canina seja cientificamente comprovada, o posicionamento institucional do Conselho Federal de Medicina Veterinária e dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (Sistema CFMV/CRMVs) é pelo não tratamento da doença, garantindo assim a segurança e proteção à saúde pública, em conformidade com o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e atendendo à legislação federal, Decreto n° 51.838/1963, código penal e recomendações sanitárias."
(Clique aqui para visitar a página do CFMV)
Deste modo, não resta outra alternativa, a eutanásia do animal é recomendada! Portanto, todo o cuidado é pouco, devemos focar na prevenção!
Mas por que a eutanásia é recomendada e não o tratamento? Eu explico: O assunto é polêmico e meu papel não é criar mais polêmica sobre o assunto, mas devo esclarecer
que o tratamento não permite uma cura completa. Geralmente consegue-se a remissão dos sinais clínicos, no entanto, o animal pode continuar sendo um portador do parasita, situação que chamamos de reservatório da doença, ou seja, o animal não transmite para o homem a doença, mas ao ser picado pelo mosquito, ainda o contamina. Desta forma,
quando este mesmo mosquito picar outra pessoa, a doença é transmitida. Por esse motivo que, aqui no Brasil, o Ministério da Saúde proíbe o tratamento e recomenda a eutanásia dos cães infectados.
Como prevenir?
Devemos evitar locais de possíveis focos da doença. O uso de repelentes em humanos é recomendado. Para os animais, existem poucos produtos disponíveis que possuem indicação em bula contra a picada do flebótomo (mosquito palha). Uma boa opção é a utilização de coleiras impregnadas de Deltametrina, tal como é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A coleira Scalibor® é a única coleira impregnada de Deltametrina atualmente disponível.
A CNSPV/CFMV recomenda o cuidado e limpeza do ambiente externo e das casas para evitar a presença do vetor.
Existe uma vacina contra Leishmaniose? Sim existe (Leish-Tec® da Hertape). Pergunte ao seu veterinário!
Conclusão
O objetivo deste artigo, foi esclarecer um pouco mais sobre esta doença, que pode ser grave e trazer sérias consequências, tanto para você, como para seu animal de estimação.
Prevenção é a palavra chave. Cuidados em relação ao animal e ao ambiente (dificultando a reprodução do mosquito), devem ser observados. Fique atento à ocorrência
de um possível surto da doença em sua região.
Uma ótima semana a todos e lembre-se, VISITE SEU VETERINÁRIO REGULARMENTE. Um grande abraço!
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